quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Outro filme...

Vamos assistir ao filme Pixote - A lei do mais fraco!

O filme tem cenas fortes, mas vale a pena e irá complementar a leitura de Capitães da Areia.

Sinopse

Pixote (Fernando Ramos da Silva) foi abandonado por seus pais e rouba para viver nas ruas. Ele já esteve internado em reformatórios e isto só ajudou na sua "educação", pois conviveu com todo o tipo de criminoso e jovens delinqüentes que seguem o mesmo caminho. Ele sobrevive se tornando um pequeno traficante de drogas, cafetão e assassino, mesmo tendo apenas onze anos.

O HOMEM QUE COPIAVA

Ontem assistimos ao filme O Homem que Copiava, de Jorge Furtado. Por que será que a UFBA inseriu este filme em seu vestibular? Filme é arte e arte não é mero entretenimento! Por isso há algumas considerações que devem ser feitas a partir da leitura dessa obra.

1º O HOMEM QUE COPIAVA alude à Janela Indiscreta, de Hitchock. A visão que André (Lázaro Ramos) tem de sua janela revela o seu ponto de vista, apenas no final o telespectador verá que a história pode ser vista sob uma outra ótica (Sílvia, interpretada por Lenadra Leal). Surpresa: ela também planejava o encontro entre os dois, ela se deixava espionar por André...


2º A colagem que é feita, várias cenas e a introdução de animações dá a velocidade necessária à obra, nos remete às Vanguardas Européias...


3º Devemos nos questionar se o problema de André era apenas a falta de dinheiro. Afinal, !os fins justificam os meios?" No decorrer da história observamos quantos problemas foram gerados à medida em que André "fazia" dinheiro...

4º André era oprimido pelas "forças do meio", para você ele conseguiu superá-las? Podemos dizer que ele agia por impulso? Como são abordados no texto a questão do darwinismo? Cardoso e Marinês realçam este aspecto? Como?

Como podemos ver, são inúmeras questões para refletirmos. Mãos à obra, ou melhor, "Olhos" na obra!

domingo, 20 de setembro de 2009

Leitura

Espero q a maior parte do 3º ano já tenha acabado a leitura de Capetães da Areia e o 2º O Alienista. Não se esqueçam da importância de reconhecer características POSITIVISTAS, DETERMINISTAS E DARWINISTAS, pois no Modernismo elas são retomadas no q chamamos de Neo-Realismo.

Lembram do capítulo em q Dora chega ao trapiche? Os meninos agiram como animais, viram a situação de um ponto de vista fatalístico, ou seja, em função da sua utilidade imediata na satisfação de instintos e impulsos primários. Para eles ela era como um pedaço de carne, capaz de lhes saciar a fome.

Enfim, nenhuma obra literária pode ser lida de modo isolado. É preciso observar o contexto histórico, assim é possível fazer importantes inferências no texto.

Continuem estudando!

Capitães da Areia

Em Capitães da Areia - 1937 - A "cidade alta" é que serve de cenário. Pedro Bala é o chefe de um grupo de jovens arruaceiros que roubam para sobreviver. Nunca ninguém havia mencionado em literatura este bando de jovens que engenhosamente desafia as autoridades, roubando a classe privilegiada e dividindo o produto do roubo entre os seus camaradas subnutridos. Embora claramente uma obra de protesto "Capitães da Areia" não se vale de ocas figuras centrais que se limitem a expor determinadas filosofias, tampouco marcas negativas. Ao contrário todas principais personagens, como as secundárias mais significativas, são bem desenvolvidas, ainda que um tanto sentimentalmente capazes mesmo de combater com excessivo preconceito do narrador onisciente. (...)
Dora é a única figura feminina merecedora de destaque, pois ela passa a assumir o referencial feminino da família, a mãe. Para alguns ela é uma mãe, para outros uma irmã, e para Pedro Bala uma namorada. (...)
A justiça se mostrava indiferente ao Capitães da Areia só se preocupando com eles quando roubavam alguém importante! Aí eles eram perseguidos. A igreja também não se mostrava preocupada com os Capitães da Areia. Apenas o padre José Pedro se interessava em ajudá-los. A impressa fazia o papel de porta-voz de problemas relacionados aos Capitães da Areia; mas o espaço era sempre e mais destacados quando o material era para acusá-los. (...)
EspaçoA narrativa se desenrola no Trapiche (hoje Solar do Unhão e o Museu de Arte Moderna); no Terreiro de Jesus (na época era lugar de destaque comercial de Salvador); onde os meninos circulavam na esperança de conseguirem dinheiro e comida devido ao trânsito de pessoas que trabalhavam lá e passavam por lá; no Corredor da Vitória área nobre de Salvador, local visado pelo pelo grupo porque lá habitavam as pessoas da alta sociedade baiana, como o comendador mencionado no início da narrativa.
Tempo A obra apresenta tempo cronológico demarcado pelos dias, meses, anos e horas conforme exemplificam os fragmentos: "É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia, Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus 5 anos. Hoje tem 15 anos. Há dez anos que vagabundeia nas ruas da Bahia." O tempo psicológico correspondente às lembranças e recordações constantes na narrativa. A fala de Zé Fuinha (...) "Quando terminaram, o preto bateu as mãos uma na outra, falou:- Teu irmão disse que a mãe de você morreu de bexiga...- Papai também...- Lá também morreu um...- Teu pai?- Não. Foi Almiro um do grupo."
Foco NarrativoA obra "Capitães da Areia" é narrada na terceira pessoa, sendo o autor, Jorge Amado, o narrador apenas o expectador. Ele se comporta, durante todo o desenvolvimento do tema, de maneira indiferente, criando e narrando os acontecimentos sem se envolver diretamente com eles.




Fonte: http://www.detetivez.hpg.ig.com.br/literatura/resumo_livro/capitaesdaareia.htm

Eu nunca guardei rebanhos

Eu nunca guardei rebanhos,Minha alma é como um pastor,Conhece o vento e o solE anda pela mão das EstaçõesA seguir e a olhar.Toda a paz da Natureza sem genteVem sentar-se a meu lado.Mas eu fico triste como um pôr de solPara a nossa imaginação,Quando esfria no fundo da planícieE se sente a noite entradaComo uma borboleta pela janela.Mas a minha tristeza é sossegoPorque é natural e justaE é o que deve estar na almaQuando já pensa que existeE as mãos colhem flores sem ela dar por isso.Como um ruído de chocalhosPara além da curva da estrada,Os meus pensamentos são contentes.Só tenho pena de saber que eles são contentes,Porque, se o não soubesse,Em vez de serem contentes e tristes,Seriam alegres e contentes.Pensar incomoda como andar à chuvaQuando o vento cresce e parece que chove mais.Não tenho ambições nem desejosSer poeta não é uma ambição minhaÉ a minha maneira de estar sozinho.E se desejo às vezesPor imaginar, ser cordeirinho(Ou ser o rebanho todoPara andar espalhado por toda a encostaA ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luzE corre um silêncio pela erva fora.Quando me sento a escrever versosOu, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,Sinto um cajado nas mãosE vejo um recorte de mimNo cimo dum outeiro,Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho,E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se dizE quer fingir que compreende.Saúdo todos os que me lerem,Tirando-lhes o chapéu largoQuando me vêem à minha portaMal a diligência levanta no cimo do outeiro.Saúdo-os e desejo-lhes sol,E chuva, quando a chuva é precisa,E que as suas casas tenhamAo pé duma janela abertaUma cadeira prediletaOnde se sentem, lendo os meus versos.E ao lerem os meus versos pensemQue sou qualquer cousa natural —Por exemplo, a árvore antigaÀ sombra da qual quando criançasSe sentavam com um baque, cansados de brincar,E limpavam o suor da testa quenteCom a manga do bibe riscado.


Alberto CAeiro (Fernando Pesssoa)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Fiquem por dentro!

Olá pessoal, quem assistiu ao programa Aprovado (30/ 08)? Foi muito bom, pois falou sobre o assunto q estamos trabalhando: Realismo. Continuem pesquisando e buscando novas fontes de conhecimento! Abraços a todos!